Dia Mundial do Rim

No dia 12 de março realizamos uma grande Feira de Saúde para a população em Curitiba. Com o apoio do Sesc e de várias empresas, conseguimos orientar mais de 1.000 pessoas e realizar 300 exames preventivos. Cumprimos mais uma vez com sucesso a nossa missão, pois estar no principal ponto central da cidade – Boca Maldita e conseguir atender todos os participantes de forma integrada foi um grande desafio.

Criatividade para educar a população

Com mais de 60 profissionais de saúde, médicos e voluntários, foram realizados exames de glicemia, urina e creatinina para os grupos de riscos: idosos, hipertensos e diabéticos. A equipe multiprofissional composta por nutricionistas, psicólogos e dentistas por meio de materiais educativos orientaram os participantes. Este ano em especial, uma ideia inovadora com uma roleta de perguntas foi utilizada pelos psicólogos para educar sobre os rins, doença renal e formas de prevenção.

Podóloga Adriana realizando a inspeção dos pés.
Equipe da psicologia orientando na Roleta Educativa.

Sobre a tão temida Doença Renal

Atualmente, a doença renal crônica (DRC) afeta cerca de 850 milhões de pessoas no mundo e causa mais de 2,4 milhões de mortes por ano. E, segundo a ISN, a previsão até o ano de 2040 é desanimadora: a doença será a quinta causa mais comum de óbitos. No Brasil mais de 15 milhões de pessoas já apresentam algum grau de comprometimento nos rins e mais de 125 mil pessoas já estão em diálise. “A Pró-Renal nesta data e nos outros meses do ano faz campanhas para a comunidade, educando com hábitos saudáveis, como a população deve se cuidar. A creatinina, que é o slogan da campanha, é um exame importantíssimo que mostra como estão os seus rins, deve ser solicitado pelo seu médico, semestralmente ou anualmente”, explica Anelise Marcolin, diretora executiva da Fundação Pró-Renal, que também alerta que cuidar dos rins é um exercício diário e não apenas em março, mês da Prevenção da Doença Renal. Há 35 anos, a entidade realiza campanhas de conscientização e oferece atendimento médico gratuito aos pacientes carentes, além de apoio psicológico e outras especialidades, como nutrição, psicologia e odontologia.  

Sobre os rins

Um dos órgãos mais esperados para transplante e um dos mais transplantados, os rins são responsáveis por regular a pressão arterial, “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam anemia e doenças ósseas, entre muitas outras funções. Quando o órgão sofre alguma alteração e perde suas funções de forma progressiva e irreversível, no caso da Doença Renal Crônica (DRC) é necessário iniciar o tratamento de diálise e entrar na fila de espera do transplante, para aguardar o órgão de um doador compatível, que pode ser de algum familiar ou desconhecido, doador vivo ou falecido.

DRC pode ser evitada e diagnóstico precoce é fundamental

A DRC é uma lesão nos rins que, nos estágios iniciais, é silenciosa e não apresenta sintomas. Por este motivo, em muitos casos, o diagnóstico acontece muito tarde, quando os rins já estão comprometidos, em estágio avançado, sendo necessário iniciar o tratamento de diálise ou transplante renal. De acordo com Miguel Riella, fundador e médico nefrologista da Fundação Pró-Renal, é importante realizar exames periodicamente, que são de baixo custo, como a creatinina e o exame de urina. “O principal é a creatinina no sangue que indica a taxa de filtração dos rins. Uma elevação indica menor filtração e deve ser investigada”, afirma.

Mas a DRC pode ser evitada com diagnóstico e tratamento precoce. “Uma pessoa adulta sadia deve consultar um médico e fazer exames básicos pelo menos uma vez por ano. As pessoas sob risco de doença renal crônica, como hipertensos, diabéticos e idosos, deve realizar exames pelo menos duas vezes ao ano. Com isso, é possível prever e antecipar complicações futuras e permitir um tratamento conservador mais objetivo”, explica o médico.  

Após os 35 anos, o rim perde 1% por ano da capacidade de filtração. Os grupos de riscos mais propensos a desenvolver a DRC são os obesos, hipertensos, diabéticos e com histórico familiar. Mas, mesmo que o indivíduo não esteja nos grupos de riscos, é importante estar atento a qualquer sintoma. “A obesidade, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial estão inter-relacionadas e são responsáveis pelo aumento anual da DRC”, ressalta Riella. Os sintomas mais comuns são: inchaço ao redor dos olhos e nas pernas, dificuldade de urinar, urina com muita espuma ou com sangue, histórico de pedras nos rins, pressão alta, entre outros. 

Para cuidar da saúde dos rins, as principais medidas são, principalmente, ter uma alimentação balanceada. De acordo com Riella, da Fundação Pró-Renal, o ideal é consumir alimentos com pouco sal, gordura saturada e rico em fibras, frutas, legumes, vegetais e pouca carne vermelha. Outra dica é manter o corpo sempre hidratado, bebendo até dois litros de água por dia. Também é importante realizar atividades físicas, não fumar e ingerir bebidas alcóolicas com moderação. 

Mais de 1.200 pessoas esperam por um rim no Paraná

Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 23 mil pessoas esperam por um rim no Brasil. No último estudo, realizado pela entidade entre os meses de janeiro e setembro de 2019, foram contabilizados mais de 4,6 mil transplantes, sendo que o Paraná é o terceiro estado que mais realizou o procedimento no país, atrás de Minas Gerais e São Paulo. No total, 429 pessoas receberam o órgão. Mas, ainda não é o suficiente. Mais de 1.200 pessoas ainda estão na fila de espera no Paraná aguardando um rim para o transplante.